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Arquitetos: BAK Arquitectos; BAK Arquitectos
- Área: 3200 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Daniela Mac Adden
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Fabricantes: Aluminio San Miguel, Barugel, Estudio D'Urban
Descrição enviada pela equipe de projeto. O edifício Armenia está localizado no bairro de Palermo Soho na cidade de Buenos Aires. Na última década este bairro vem consolidando um processo de densificação através do seu fortalecimento como pólo gastronômico, cultural, comercial e turístico que renovou e elevou o valor das suas terras.
O edifício se situa em um terreno na rua Armenia, rua de largura típica e muito arborizada, a somente 20 metros da praça de igual nome.
O cliente - um grupo de investidores - se propôs a realizar, aproveitando o potencial da área, um edifício residencial que incluísse um espaço comercial no térreo. Este deveria estar composto por uma variada qualidade de unidades habitacionais. Enfatizou-se a intenção de que a maior parte dos apartamentos fossem de um só ambiente, com a intenção de destiná-los ao aluguel temporário para turistas; enquanto as unidades mais espaçosas (de um, dois e três dormitórios) seriam dispostas para a venda. Manifestou-se a intenção de incluir espaços de uso comum, áreas verdes, terraço e presença de água. Em relação a materialidade, os clientes já conheciam a trajetória do estúdio sobre a estética das suas obras e sua experiência vinculada ao emprego de concreto aparente, o qual consideram adequado, não somente por razões estéticas, mas também pela manutenção, praticamente nula.
A síntese do projeto consistiu na organização do edifício em dois blocos compactos conectados através de uma praça seca, coração do projeto. A altura dos dois blocos foi determinada pela altura máxima permitida pelo zoneamento: térreo mais quatro pavimentos. As plantas do bloco frontal recuam escalonadamente de acordo com os requerimentos do código. O bloco posterior faz o mesmo gesto a fim de conseguir uma melhor insolação, circulação de ar e vistas, recuando nos dois pavimentos superiores gerando a abertura para este pátio central.
Buscou-se que este espaço não fosse um espaço confinado. A planta baixa livre conecta - passando por baixo dos blocos edificados - o espaço da rua com pátio central e espaço aberto posterior. Na parte frontal dispõem-se os locais de comércio de pé-direito duplo que, retirados da linha da fachada, ampliam a calçada. Intersticialmente a eles se localiza o acesso, setor que não apresenta plano de fechamento que obstrua a entrada de ar exterior ao resto conjunto, delimitado por somente uma grade. O ar exterior atravessa toda a planta atenuando a transição entre o espaço público e o espaço privado.
Em relação a organização em planta, ambos blocos são ordenados sobre uma grelha ortogonal. Esta grelha se articula bilateralmente de um lado ao outro em um eixo que atravessa longitudinalmente o terreno de perímetro trapezoidal. Cada bloco conta com um próprio núcleo circulatório, ambos dispostos linearmente sobre este eixo.
Conjuntamente a silhueta do terreno, a diversidade tipológica das unidades - explicitada a pedido do cliente - e a intenção de criar moradias bem ensolaradas, arejadas e com boas vistas, representaram o maior desafio do projeto.
Em relação a fachada, desenhou-se um sistema de brise - composto por divisórias verticais e horizontais de concreto - como artefato de controle solar e para resguardar as unidades das vistas desde a rua.
Além do pátio central do térreo - para o qual se projetou uma arborização natural - complexo conta, no segundo nível, com um terraço e um espaço aquático de uso comum.
A praça seca do térreo apresenta espaços semi-cobertos capazes de serem utilizados como garagem enquanto que o subsolo - o qual se acessa por meio de uma plataforma automática - oferece garagens e depósitos privados.
Em um estádio construtivo já avançado, o cliente adquiriu o lote frontal contíguo para ser incorporado ao projeto. Isto obrigou a adaptação do projeto original. Foram incorporados novos pontos comerciais em relação a rua. As unidades de moradia totalizaram 34, integrando-se ao esquema existente, utilizando núcleos circulatórios do projeto original. O brise da fachada foi modificado, incorporando às suas funções a de constituir-se como um elemento integrador da imagem do novo edifício.
O concreto aparente se faz presente em toda a envolvente do edifício, assim como em espaços comuns, núcleos circulatórios e fundos de laje; e os pisos, tanto interiores quanto exteriores, se constituíram em concreto. Em contraste, as paredes interiores das unidades habitacionais foram feitas de alvenaria, rebocadas e pintadas de branco. Os móveis interiores das moradias materializaram-se em alumínio anodizado cor bronze escuro; enquanto que para a frente e para a estrutura interior nos entrepisos dos comércios e para o resto dos elementos de ferro se escolheu o aço cor negra.